sexta-feira, 25 de março de 2011

Cisto Dentígero





O cisto dentígero é um cisto odontogênico resultante de uma alteração do epitélio reduzido do esmalte, após a completa formação da coroa do dente, havendo acúmulo de líquido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente. Se ocorresse degeneração do retículo estrelado antes da formação completa da coroa dentária, o resultado seria um cisto primordial ou um cisto envolvendo um dente com hipoplasia do esmalte, porém não é isto que ocorre. Uma outra alternativa para explicar a patogênese do cisto dentígero é que o mesmo pode se desenvolver a partir da proliferação e transformação cística das células do epitélio, presentes na parede do tecido conjuntivo do folículo dentário, ou mesmo fora do folículo. A seguir, esse epitélio transformado une-se com o epitélio que reveste o folículo, formando uma cavidade cística única ao redor da coroa dentária. O cisto dentígero quase sempre está envolvido, ou envolve, a coroa de um dente permanente normal. Raramente um dente decíduo é envolvido.

Características Clínicas

Este cisto está sempre associado com a coroa de um dente incluso ou impactado. Um cisto dentígero pode também ser encontrado envolvendo um odontoma complexo ou um dente supranumerário. As localizações de maior incidência deste cisto são as áreas de terceiro molares inferiores e caninos superiores, pois são estes dentes que mais comumente se apresentam inclusos. O cisto dentígero é potencialmente capaz de se tornar uma lesão agressiva. Expansão óssea com assimetria facial subsequente, grande deslocamento de dentes, intensa reabsorçào radicular dos dentes subjacentes e dor, são possíveis sequelas do aumento progressivo do cisto. O envolvimento cístico de um terceiro molar inferior não erupcionado pode resultar em destruição de todo o ramo da mandíbula, estendendo-se até o processo coronóide e côndilo, bem como em expansão da tábua cortical devido à pressão exercida pela lesão. Em associação com esta reação, pode haver deslocamento do terceiro molar a tal ponto que, às vezes, o dente fica localizado junto ao bordo inferior da mandíbula. Em caso de cisto associado ao canino superior, frequentemente ocorre expansão da região anterior da mandíbula, podendo apresentar alguma semelhança com uma sinusite ou celulite.

 
Caracerísticas Radiográficas
 
O exame radiográfico do maxilar envolvido por um cisto dentígero revelará uma área radiolúcida associada, de algum modo, com a coroa de um dente não erupcionado. A coroa do dente impactado, pode estar simetricamente circundada por essa área radiolúcida, sendo necessário cuidado para não confundir um espaço pericoronário normal, ou espaço folicular, com um verdadeiro cisto. Em outros casos, a área radiolúcida parece projetar-se lateralmente à coroa dentária, particularmente quando o cisto é grande ou se houve deslocamento do dente. O termo "cisto dentígero lateral" é comumente aplicado para estas situações.

Tratamento


O tratamento está geralmente, na dependência do tamanho da lesão. As lesões pequenas podem ser inteiramente removidas por cirurgia, com pouca dificuldade. Os cistos maiores, que envolvem grande perda óssea e adelgaçam perigosamente o osso, são, com frequência, tratados por inserção de um dreno cirúrgico ou por marsupialização. Este procedimento resulta em um alívio da pressão e redução do espaço cístico, por aposição periférica de osso neoformado. Tal procedimento se torna muitas vezes necessário, devido ao perigo em potencial de fratura dos maxilares, quando é tentada a remoção cirúrgica completa. A recidiva é relativamente rara, a não ser que tenha havido fragmentação do revestimento cístico, com persistência de restos. Se a lesão é um ceratocisto, a possibilidade de recidiva aumenta extraordinariamente.
Complicações em potencial


Além da possibilidade de recidiva, o cisto dentígero tem o potencial de dar origem a diversas complicações relativamente sérias. Estas incluem: (1) desenvolvimento de um ameloblastoma (2) desenvolvimento de um carcinoma epidermóide (3) desenvolvimento de um carcinoma mucoepidermóide, (4) fraturas patológicas.









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